Análise de Modos e Efeitos de Falha Potenciais - FMEA
Rafael Mottola Rocha.
Consultor de empresas e palestrante A ferramenta FMEA – Análise de Modos e Efeitos de Falha Potenciais é uma das mais poderosas fontes de obtenção de ações preventivas para as organizações.
Apesar de tomarmos ações com enfoque preventivo no nosso dia-a-dia, é muito comum não registrarmos tais ações. Os FMEAs auxiliam-nos a ter evidências de muitas ações preventivas e de gerenciarmos efetivamente sua implementação na empresa de forma sistemática. Lembrando, ações preventivas são aquelas iniciativas que devemos tomar para evitar a ocorrência de um problema, de uma não-conformidade, de uma falha potencial indesejável.
Como qualquer outra ferramenta da qualidade, a eficácia dos resultados dependerá de uma efetiva implementação, que agregue valor ao negócio e esteja alinhada aos quadros 1 e 2.
Primeiramente, antes de se aventurar no uso da metodologia, qualquer organização deveria capacitar um especialista que tenha a competência suficiente para reunir os membros dos times multidisciplinares, capacitar tais membros no uso da ferramenta e liderar as reuniões de FMEA para o seguimento e aplicação do método.
3 – Terceira parte:para cada modo de falha, listar as possíveis causas e os possíveis efeitos. Observe que deveríamos explorar a nomenclatura da Espinha de Peixe (Ishikawa) como um guia.
4 – Quarta parte: listar para cada modo de falha, os controles envolvidos, sejam com enfoque detectivo ou preventivo. Definir se os controles são detectivos ou preventivos, fazendo pequena notação “D” ou “P” ao lado de cada controle levantado. Exemplos de controles detectivos: aplicação de checklists ou listas de verificação, conferências, inspeções, etc. Exemplos de controles preventivos: poka-yokes (dispositivos a prova de erro), revisões de projeto (gate-reviews ou análises críticas), etc.
6 – Pontuar efeitos com o indicador “Severidade” ou “Gravidade”. Pontuar as causas com o indicador “Ocorrência”. Pontuar os controles com o indicador “Detecção”, sendo que esta tabela (Detecção) é invertida de forma a podermos, pela multiplicação dos 3 índices, obter o NPR (Número de Priorização de Risco), ou RPN (Risk Priority Number). Os índices “S” (Severidade) ou “G” (Gravidade) e SxO (Severidade multiplicado por Ocorrência) também podem ser utilizados para determinação do risco.
![]() A determinação do risco é muito importante e um dos principais objetivos do FMEA. Alguns erros conceituais precisam ser evitados. Dentre eles: a pontuação “S” (Severidade) não pode ser reduzida pela tomada de ações. Nunca. Por quê ? Porque ela é ligada aos efeitos. Por mais que a empresa previna a ocorrência de causas ou crie controles preventivos mais arrojados, os efeitos seriam os mesmos caso os modos de falha ocorram.
É muito importante que a concepção dos efeitos em um FMEA se dê pela lógica do Cliente e dos Usuários Finais. Por isso, é fundamental utilizar histórico de falhas em campo, resultados de pesquisas, resultados de falhas externas.
É a partir da determinação do risco que pode haver a determinação de características críticas ou chave, cujas principais ramificações são:
a) Características de segurança – podem afetar a segurança do Cliente ou do Usuário (do Veículo, se estivermos falando da indústria automotiva, ou de qualquer outro bem). Lembremos que o FMEA é aplicável a qualquer segmento e setor da economia, incluindo serviços; b) Características significativas – podem afetar a função para a qual o item foi projetado, gerando redução da vida útil e outros efeitos indesejáveis, desconforto e insatisfação de Clientes e Usuários.
Salvador, BA, 16 de outubro de 2012.
Fonte para mais informações: Manual FMEA 4ª Edição. AIAG. |